Santa Cruz: Presidente da Comissão Patrimonial avalia inclusão do Arruda na SAF
Atual presidente da Comissão Patrimonial do Santa Cruz, Adriano Lucena defende cautela quanto à inclusão do Estádio do Arruda na proposta da SAF.

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Nesta última segunda-feira (23), João Victor Amorim, da Rádio Jornal, entrevistou Adriano Lucena, presidente da Comissão Patrimonial do Santa Cruz, que compartilhou sua visão sobre a possível inclusão do Estádio do Arruda na SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube.
Para Adriano, mais do que um simples imóvel, o Arruda representa a história e a alma do Santa Cruz. Por isso, qualquer decisão sobre seu futuro precisa ser tomada com responsabilidade.
“Eu não sou adepto da ideia de que a SAF é a salvação do Santa Cruz. O clube nasceu e viverá eternamente, sendo SAF ou não”, afirmou.
Segundo ele, o Arruda pode, sim, fazer parte da SAF, mas isso depende das condições. Entre as possibilidades, citou cessão, aluguel ou até a exclusão total do estádio do projeto, conforme as garantias apresentadas.
“O valor imaterial do Santa Cruz talvez seja um dos maiores do mundo. O estádio foi construído tijolo por tijolo, com a união de torcedores de todas as cores e classes”, relembrou.
Durante a entrevista, Adriano também enfatizou que a Comissão Patrimonial gera receitas próprias — como as de camarotes, cadeiras e anuidades — que, se bem aproveitadas, poderiam manter o estádio em boas condições mesmo sem a SAF.
“Se usássemos 100% dos recursos da Patrimonial, o clube estaria com uma estrutura muito melhor do que a que temos hoje”, garantiu.
Decisão deve ser do torcedor
Adriano evitou indicar uma posição definitiva sobre o tema, reforçando que cabe ao torcedor fazer sua análise com base nas informações disponíveis, como os valores prometidos e prazos de investimento da SAF.
“Não é Adriano, nem Bruno ou Vítor que vai dizer o que deve ser feito. A proposta está aí e o torcedor precisa decidir com consciência, porque amanhã quem elogia pode ser o mesmo que critica.”
Contexto da proposta da SAF
- A proposta vinculante da Cobra Coral prevê cessão do Arruda para SAF por 50 anos, prorrogáveis por mais 50, com exclusividade de uso e exploração comercial, até que seja aprovada uma lei municipal que permita transferência definitiva do imóvel.
- Um investimento mínimo de R$ 100 milhões está previsto para infraestrutura (Estádio e CT), com participação do clube como sócio minoritário e cláusulas de recompra caso os investidores descumpram os aportes.
- O Arruda não poderá ser alienado, dado como garantia ou demolido, seja pela SAF ou por terceiros, protegendo seu uso original.